terça-feira, 30 de outubro de 2012

Conto Erótico - O BOM-CRIOULO

O BOM-CRIOULO

Esta é uma nova versão para a história de amor de Amaro e Aleixo, contada há quase 120 anos por Adolpho Caminha no romance O Bom-Crioulo, clássico da literatura gay brasileira. Estamos em janeiro de 1887. ***Os olhos de Amaro, o Bom-Crioulo, nunca viram nada tão lindo. Quando Aleixo, o novo grumete, subiu a bordo em Florianópolis, quase todos os homens ficam de pau duro. Pequeno, louro, o corpinho ágil e a bunda grande e forte, os olhinhos verdes, o rosto perfeito, Aleixo é um anjo. Assim Amaro o vê. Obrigado minha Nossa Senhora por me mandar o seu Anjo! Amaro é muito devoto, afinal foi Nossa Senhora quem o salvou de ser escravo num engenho e o ajudou a fugir e se alistar na Marinha. Agora Amaro é um homem feito, 25 anos, o maior e mais forte a bordo da fragata, respeitado e temido por todos. Quando o capitão Vasconcellos tem um problema, sempre chama o Bom-Crioulo, apelido que define à perfeição o Amaro, negro de boa índole e braços fortes, coxas grossas e peito aberto, um pescoço de touro, o rosto másculo brilhando de tesão. Amaro não se mistura ao resto da marinharia, despreza os boiolas que copulam a bordo, é virgem como Nossa Senhora que o protege contra o Mal. Amaro vê no Aleixo o Anjo puro que ele tem que proteger contra os demônios do navio. Nem desconfia que Aleixo foi comprado pelo capitão para ser o seu concubino. Aleixo ficou órfão aos 13 anos e foi vendido pelo tio para o mestre de um barco pesqueiro. Embarcou como mascote, servindo os oito homens a bordo. Em um mês no mar, Aleixo deu o rabo mais de 200 vezes, acostumou e gostou. O capitão o conheceu num prostíbulo masculino e pagou um bom dinheiro pelo garoto, agora com 16 anos, deslumbrante em sua pele rosada, a carne firme e sensual. A condição de ajudante-de-ordens do capitão separa Aleixo da escória, ele dorme num camarote ao lado da sala do capitão, onde este o visita todas as noites. Logo Aleixo repara no macho mais tesudo a bordo, o Bom-Crioulo, e percebe que este se amarra nele, o olha com paixão. Aleixo nunca se entregou a um negro e deseja ardentemente ser possuído pelo Bom-Crioulo. Arruma com esmero o lencinho vermelho no pescoço, aperta a cintura das calças brancas pra realçar a bunda e vê o efeito nos olhos do Amaro. O sinhozinho tá cada dia mais lindinho. Não repare na prenda que eu lhe trouxe.... É uma estrela do mar vermelha, linda. Que maravilha, Bom-Crioulo, nunca vi nada tão bonito! Eu vi! Os seus olhos, meu lindinho! Pára com isso Bom-Crioulo, você me deixa sem graça.... Deus deu ao sinhozinho toda a graça do mundo... Estão os dois sozinhos no convés apoiados no guarda-mancebo. Amaro passa o braço pesado em volta da cintura do mancebo louro, chega tão perto que fica tonto com o cheiro de bebê dos cachos louros. Ah, meu anjo, nunca vou deixar ninguém te fazer mal, viu? . Aleixo está encantado com a atenção daquele macho e de noite, quando o capitão vem enrabá-lo, imagina que é o Bom-Crioulo quem o possui. Amaro, em seu catre de marinheiro, sonha com o menino e acorda todo melado. Pela primeira vez gozou. Minha Nossa Senhora, me perdoa. O que é isso? Estou louco pelo seu anjo. Ele manda em mim, é o meu amo e senhor, eu que era um homem livre. Permite, Virgem Maria, permite que eu também seja o dono dele, faça com ele o que um homem faz com outro homem. Não o que eu vejo os outros fazerem a bordo, mas um amor puro, lindo, sem dor, um amor de macho! Na noite seguinte, uma tempestade dá ao Bom-Crioulo a oportunidade que ele tanto espera. Os raios caem em volta do navio, as ondas cobrem o casco, os homens correm pra todo lado desesperados. Aleixo está encolhido num canto tremendo de medo. Meu lindinho, vem comigo. Vou levar você para um lugar seguro. Descem para o porão da proa, onde as velas são guardadas. A seda das velas faz uma cama de nuvem, branca e macia. O navio joga embalando os dois naquele casulo escuro e fechado. Amaro abre a roupa do menino e o deixa nu. Na penumbra, a penugem loura sobre a pele branca brilha dourada. Amaro passa as mãos enormes sobre cada curva, pesa os membros leves e finos, os músculos longos e trêmulos do adolescente. Belisca os bicos dos peitos, pequenos e duros, mordisca as orelhinhas moles, a nuca fresca e rosada. Amaro se despe e o cacete negro salta, refletido nos olhos arregalados do garoto. Meu Deus, como é grande e grosso! Bom-Crioulo abraça o anjo adorado e o caralhão se aninha entre as coxas do menino. Aleixo percebe que o negro é virgem. É ele, um puto disfarçado de anjo, quem tem que tirar o cabaço do macho! Com cuidado para não revelar sua experiência com os homens, Aleixo pega o cacete enorme que não cabe nas suas mãos e coloca o cabeção na entrada do cuzinho. Ele é arrombado mas para um cacete daquele calibre é como se fosse virgem, nunca se abriu pra nada tão grosso. Bom-Crioulo treme na emoção do encontro com seu anjo. Aleixo treme antecipando a dor. Num tremor mais forte o cabeção acha o caminho e entra, puxado pra dentro pelos beiços do biquinho do cú do menino. Aaaaaai..... Tá doendo? Não, tá bom demais, mete mais fundo . Bom-Crioulo sente a carne jovem se abrir apertada em torno da sua tora negra. Sente que possui o anjo, curte a submissão do outro, a doçura do machinho entregue à sua pica. Pega o cacetinho do menino, duro e melado, e lhe bate uma punheta. É o primeiro homem que toca daquele jeito no Aleixo. O rapaz percebe que o Bom-Crioulo o quer assim, um macho possuído por outro macho. O navio joga, os raios e os trovões explodem em volta, parece que o mundo vai acabar mas os dois amantes encontram uma serenidade absoluta, embalada pelas lentas estocadas do cacetão negro até o fundo do rabo branco do menino. Aleixo pela primeira vez descobre o prazer da entrega total, Amaro também. A fúria do vento e das ondas encobre os gemidos agudos do Aleixo e os brados triunfais do Bom-Crioulo. Aleixo é o primeiro a gozar, melando as velas e mamando com frenesi dentro do cuzinho o cacetão do amante. Amaro sente o gozo ferver nos culhões e sair em jatos escaldantes nas profundezas do anjo. Desmaiam no êxtase do amor e só acordam de manhã, o mar em calmaria, o sol entrando pelas frestas das escotilhas. Aleixo esconde do Bom-Crioulo sua relação com o Capitão Vasconcellos. O oficial sente a falta do garoto à noite e passa a vigiá-lo. Certa tarde, Amaro vê quando um marinheiro mulato passa a mão na bunda do Aleixo, não sabe que o caralho do mulato já frequentou aquele cú, e louco de ciúme se atira em cima do rival, quase o mata de porrada. O capitão percebe tudo e condena o Bom-Crioulo a 50 chibatadas. Todos se reúnem no convés para assistir ao castigo. A chibata desce sobre as costas poderosas do negro, as lágrimas saltam do olhinhos verdes do Aleixo, mas o negro não treme, não reclama, aguenta firme. À noite, sobre as velas, Aleixo lambe as chagas e satisfaz o seu macho, enquanto o capitão cruel dorme sozinho sem o seu menino adorado. A fragata chega ao Rio. Na proa, Amaro mostra ao anjo a beleza da entrada da baía da Guanabara, o Pão de Açucar subindo negro sobre as águas como o cacete do Bom-Crioulo se erguendo diante dos olhos apaixonados do menino, que ele abraça pela cintira, o cabeção duro aninhado sob as nádegas jovens e firmes . Vamos alugar um quartinho no centro da cidade e ser felizes juntos, para sempre . O quarto fica no último andar em cima de um botequim na rua da Lapa. O português, dono do botequim e do pardieiro, cobra barato. De noite o portuga não dorme, ouvindo os gritos do Aleixo sendo enrabado pelo Bom-Crioulo. Me fode meu garanhão negro! . Amaro não dá moleza, enraba o garoto o dia todo, inventa posições, deixa o cuzinho esfolado e exausto. Amaro gosta de ver o corpo do menino, iluminado pela luz da vela, gloriosamente branco e dourado. Beija e morde a carne tenra, abre o rego para meter a língua, belisca e bate até o garoto gritar de dor, e então, triunfante, apaga a vela e mete tudo até o talo. Aleixo arqueja, resfolega, geme, uiva feito cadela no cio, e adora o seu macho. Amaro sai para o Arsenal de Guerra onde trabalha no estaleiro. O menino dá baixa pra ficar à disposição do macho. Mas quando o Bom-Crioulo sai o português sobe pra cuidar do seu menino. Lambe o cuzinho esfolado pelo negro, chupa o cacetinho, atende a todos os caprichos do rapaz, cobre-o de presentes, roupas, perfumes, comidas finas. O negro é bobo, não repara. Tu tá lindo nesse terno de linho branco, Aleixo . Mamãe mandou pra mim. Você gosta? Te deixa de pau duro? Vou escrever pra ela que meu macho adorou o jeito como o terno aperta a minha bunda. Aleixo volta a visitar o capitão Vasconcellos, ganha jóias e dinheiro para dar o cú ao velho amante. Um dia Amaro e Aleixo estão em frente ao Paço quando vêem o imperador passar. No meio da multidão os dois se perdem e quando Bom-Crioulo vê o menino está sendo agarrado por trás por um homem, a mão enfiada no rabinho oferecido. Aquilo deixa o negro louco, parte pra cima do rival com tudo, deixa-o morto no chão, uma massa de carne ensanguentada. É levado preso para a ilha das Flores. Aleixo, que já anda cansado das exigências e ciúmes do negro, aproveita para ganhar dinheiro com seu cú divino. O português e o capitão são fregueses fixos, lhe dão uma renda mensal. Mas outros clientes entram e saem o dia todo do apartamento que o português lhe dá no primeiro andar, mais confortável, até banheiro tem. Aleixo cresce, torna-se um rapagão bonito, as moças se viram pra vê-lo passar. Mas ele nem olha pra elas. Quando os negros são libertados em maio de 88, Aleixo faz a festa. Ainda se amarra num negão da pica grossa. Lembra-se muito do seu Bom-Crioulo, dando o rabo nas praças escuras, sob a lua cheia, para os negros forros. Amaro definha na prisão. Bate punheta pensando no Aleixo, deixa que os outros presos chupem o seu pau e que alguns mais afoitos se sentem naquele mastro gigantesco. Um deles, um mulatinho sarará, pergunta: Você não vivia com aquele galeguinho, o Aleixo? Virou puta, o loirinho. Dá mais que xuxu na cerca, a começar pelo português do botequim e o capitão Vasconcellos. Até eu comi aquele cú gostoso. . Um ódio cego sobe dentro do Bom-Crioulo. Depois de estrangular o mulato, que morre sorrindo com aquele cacete enfiado até o talo, Bom-Crioulo foge e vai a nado para o cais Pharoux. Entra pela cidade se escondendo nos cantos escuros. De manhãzinha, espera do lado de fora do pardieiro. O capitão sai, sacudindo os culhões satisfeitos depois de uma noitada com o Aleixo. Amaro se aproxima e o derruba com um único golpe, quebrando-lhe o pescoço. Esconde o corpo num portal profundo e espreita. O português sai do botequim e sobe até o primeiro andar. Amaro o vê na janela, comendo o rapaz de pé, jogando a cabeça pra trás quando goza. O português sai, mas quando vira a esquina cai sob o negro. Ele reconhece o Bom-Crioulo mas não tem tempo de gritar. As mãos poderosas o calam para sempre. Amaro sobe ao apartamento.
Autor: Grossão
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Conto retirado da Internet (http:/www.cido.com.br/)
(Foram realizadas mudanças para adequação gramatical)
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Um comentário:

  1. Parabéns pela releitura do clássico. Sempre imaginei que fosse realmnente dessa forma.

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